quarta-feira, 22 de abril de 2015


Gravidade:  Deixe meus pés bem quietinhos no chão!

O angustiante "Gravidade"(Título original: Gravity) te leva fora dos limites terrestres e te dá a vista privilegiada do planeta mãe: Terra. Vista essa contemplada por Matt Kowalski (George Clooney) e Ryan Stone (Sandra Bullock) que juntamente com sua equipe estão em missão de conserto ao Telescópio Hubble. Matt já carrega nas costas a experiência de um verdadeiro astronauta enquanto que a Dra. Stone foi treinada e designada para aquela missão em específico. Juntos em atividades externas, são surpreendidos por uma chuva de destroços decorrentes da aniquilação de um satélite por um míssil russo que em órbita adquirem uma velocidade mortífera. Sendo duramente atingidos, os astronautas perdem conexão com a nave e são atirados na imensidão do espaço, onde não há som, não há oxigênio e nenhuma chance de sobrevivência. Literalmente sozinhos, Matt e Ryan tentam buscar alternativas que os levem de volta a segurança do solo terrestre.

O filme começa sem enrolação, sem perdas de tempo na explicação do que está acontecendo ou sobre os traumas e alegrias que compõe cada personagem, melhor dizendo, a introdução cansativa de muitos filmes é poupada, isso acontece à leves dosagens durante a história e assim como conhecer alguém pela primeira vez, você vai descobrindo cada falange. Ele vai direto ao ponto, ao que realmente interessa e já te segura nos primeiros minutos. Ponto comigo logo de cara! Gosto da não massificação de cada rosto nos filmes.

A Dra. Stone não demora pra entregar o jogo sobre sua presença ali, mostrando que não é astronauta por profissão, o que faz dela quase que uma "civil"capacitada. Achei importante a escolha de uma personagem como a Dra. Stone, porque ela representa eu e você na situação; alguém que não entendia das aventuras espaciais e que só se via naquela situação por poder oferecer algo diferenciado. Ora, essa possibilidade não poderia existir em nossa simplória contribuição terrestre? Foi a brilhante maneira que a produção encontrou de conectar você à personagem, te dizendo: Ei, essa poderia ser você! Imagine você ali solto no espaço! O que você faria? O medo dela é o seu! Veja o desespero!"

E eles acertaram em cheio.

Assisti sozinho o drama dos astronautas, me pegando certos momentos apertando o lençol da cama ou trincando os dentes como que se eu fosse receber o impacto. Fui roubado. Não tive como não me imaginar naquela situação. "Como essa mulher vai sair dali?" preocupava-me. Para a sorte da Dra. Stone,  Matt, experiente, consegue acesso ao seu corpo flutuante; ela o vê como um sol no dia mais escuro. Sorridente em meio a gravidade da situação, ele tenta acalmá-la distraindo-a com assuntos pessoais; amores, família, projetos e sonhos. E só aí, vem a apresentação deles à nós. Prazer!


Ah os efeitos do filme!! Em alguns momentos, mesmo naquele pavor todo, você deseja ser um deles somente pra ter a visão do que é a terra, pelo menos do que eles apresentaram. Não foi à toa que a produção levou as merecidas estatuetas do Oscar. E pensar que tudo foi gravado em um estúdio escuro, conforme as palavras de Sandra Bullock numa entrevista casual.

Grandiosidades artísticas à parte, Gravidade te prende até a metade da trama, quando o filme começa a ter espaços longos de cenas entediantes que me fizeram bocejar e fugir a atenção. No espaço tudo é muito devagar, tudo é muito silencioso e além dos personagens em questão, ninguém mais aparece. O filme te dá realmente a solidão que o ambiente oferece e o silêncio que te presenteia. Resultado? Um show particular de Sandra Bullock e George Clooney, mais destaque para ela, no entando!


Ela te emociona, te desespera, te faz ter esperança e, como antes dito, ela carrega você na personagem, te representa nas emoções fora da esfera terrestre. Essa premiada atriz, não decepciona, e sem medo de errar, afirmo que: Se não fosse ela escalada pro papel, o filme seria uma chatice sem precedentes, e não seria o sucesso que foi. Do início ao fim, você sente tudo com ela.


Pessoal, o filme é muito bom mesmo! Existem momentos, sim, que você fica entendiado. Mas é preciso entender que no espaço o ritmo é outro, a vida é mais lenta, e assim, seus acontecimentos. Essa foi a intenção real do filme: Te fazer sentir-se literalmente no espaço. Talvez se você não levar isso em conta e não embarcar nessa realidade, vai deixar de apreciar um belíssimo filme.


Indico!

Nenhum comentário:

Postar um comentário