quarta-feira, 22 de abril de 2015
Trapaça: Me leve aos setenta!!
A inteligente produção "Trapaça" (Título original: American Hustle) te transporta aos dourados anos setenta e te apresenta a Irving Rosenfeld (Christian Bale) e à sua parceira de negócios e amante. Sidney Prosser (Amy Adams). Grandes trapaceiros, os dois vivem da inteligência própria e da ausência dos demais, dividindo não somente suas conquistas profissionais mas também a paixão irresistível entre eles. Mas nem todos carecem de inteligência. Numa fracassada tentativa de mais um golpe, os espertos trapaceiros são descobertos pelo agente do FBI Richie DiMaso (Bradley Cooper) que decidido a fazer carreira em cima dos capturados, os força a colaborar nos seus audaciosos planos de destruir a mafia e os políticos corruptos da época. É quando cruzam com o candidato do povo Carmine Polito (Jeremy Rener) que inocente se torna porta de entrada para um jogo perigoso onde ausência de intelecto não mais é encontrado. Ainda que meticulosos planos sejam criados e o jogo de cintura seja a segunda língua, sempre se deve contar com o fator surpresa que nesse caso se chama Rosalyn Rosenfeld (Jennifer Lawrence), a explosiva e imprevisível esposa de Irving que entra na história como um tufão e muda as regras do jogo. Nessa brincadeira de gato e rato, de esperteza e ingenuidade, fica de pé quem mais trapacear.
A primeira vez em que ouvi falar de Trapaça foi na festa do Oscar de 2014. Ele trazia na noite várias indicações, ganhando espaço, em particular, em quatro com grande peso: Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Atriz e Melhor Atriz Coadjuvante. Pensei: Uau! Esse filme tem o que de tão especial? Não conseguia ver nada de interessante nele, a não ser, é claro, o poderoso elenco. Quando no fim da noite ele não levou nenhuma estatueta, constatei: Ah tá explicado... Era só o bom elenco! À partir daí, nunca mais pensei em Trapaça, até vê-lo anunciado como lançamento na tv fechada. Novamente, outro desdém.
Foi quando num fim de semana em casa, ocupado na internet, comecei acidentalmente assistir o tal cheio de indicações. Logo, meus olhos não mais se desgrudaram da tela e facilmente me vi envolvido nas inteligentes armações de Irving e Sidney. Encarregados dos papéis de vilões, despertaram o contrário em mim... De repente me vi torcendo pelos trambiqueiros que de fácil lábia ganharam até quem não devia; eu.
Quando o agente do FBI Richie entra na história a coisa toda adquire novo brilho, porque te faz querer ver como aquilo tudo vai se resolver. Ele entra como o novo capitão do barco, absoluto de poder e ditador das regras. Via Irving e Sidney como seu primeiro prêmio, mas ambicioso, queria bem mais que um. Sedento de sucesso profissional, ele vê a chance no famoso casal da inteligência do crime a oportunidade de chegar a leões mais fortes. Ele fornecia as possibilidades e o casal conhecia os melhores métodos.
Mas quando então é formada essa parceria, fica claro quem é o mestre e quem é o aluno. Pequeno diante do bem sucedido casal, Richie tem um mundo novo a aprender, o mundo da arte do engano que lhe causa admiração, questionamento e entrega emocional. Uma das explicações sobre o engano que acho digno contar é esta cena acima: Na ida ao museu, Irving(direita) chama a atenção de Richie(esquerda) para uma famosa pintura na parede, afirmando ser uma cópia fiel. O agente não esconde a surpresa e a confusão, por se tratar de um trabalho impecável, e não acreditando o indaga se fala a verdade. Ele lhe devolve a seguinte pergunta: "Me diz então: Quem é o verdadeiro artista?" elevando o falsificador sobre o autor.
Devo concordar!! Contra todos os meus princípios ! rs Esse Irving...!
O filme carrega uma infinidade de assunto que devo peneirar, e passando adiante, deixo Richie e seus abismos na trama e me recaio sobre essas duas jóias:
Sidney(direita) é loucamente apaixonada por Irving, mas por estratégia acaba se envolvendo com Richie (Abismos do Richie). Mas ela não é esposa oficial do sócio, esse lugar cabe ao furacão Rosalyn(esquerda) e juntas vivem a tão comum rivalidade pré-histórica da "Atual x Outra". Uma traz a prudência e a outra o descontrole. Diferentes no ser; iguais no sentir.
Gosto da Sidney e alguns momentos, até torci por ela. Mas a Rosalyn me perturba, me desorbita e me instiga, porque não dá pra saber o que ela está pensando, ou o que ela está prestes a fazer. Sem preocupação com a opinião alheia, ela respeita apenas à sua vontade e não tem medo de dizer a verdade ou o que pensa a qualquer um. Se convivêssemos, tenho certeza de que seríamos amigos, eu me esforçaria pra isso rs (atração pessoal por pessoas assim). Trazendo uma loucura mais sã que já vi e um humor mais sério que ri, a Rosalyn me conquistou.
Louca ou não, acredite: Ela tem papel fundamental no desfecho do enrolo! E você acha o filme todo que ela é só uma louca com esmaltes perfumados! rsrs
Existem outros personagens que são ímpares na história como Candidato Carmine, responsável por outro "abismo" na obra. Mas acho que já me fiz compreender e por aqui encerro.
Sendo assim, não preciso nem dizer que super indico o filme, né?
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